GLORIA foi nomeado nos Prémios SIL do Imobiliário 2024
O projeto GLORIA foi nomeado nos Prémios SIL do Imobiliário 2024, na categoria de Reabilitação Urbana – Habitação, bem como na categoria de Construção…
Estarão os edifícios de Lisboa preparados para resistir a um sismo? Esta é a pergunta que todos fazem quando há notícias relacionadas com a ocorrência de catástrofes naturais desta natureza no mundo, como aconteceu recentemente na Turquia e em Marrocos. A promotora imobiliária Level Constellation (LC), presente em Portugal há vários anos, com base na sua experiência e conhecimento do mercado, dá várias notas de alerta sobre esta temática, destacando a importância de promover o reforço sísmico em obras de reabilitação.
Na avaliação fiscal dos imóveis, o valor baseia-se numa fórmula que tem em conta fatores como a dimensão das áreas interiores e exteriores, a direção do sol e o nível dos pisos, entre outros. “Para nossa surpresa, a qualidade da estrutura relacionada com a zona de risco sísmico não está incluída na fórmula”, refere a LC, alertando que “não é fácil para um proprietário ter conhecimento da qualidade estrutural da sua propriedade”. “Este elemento não é mencionado em nenhum dos documentos oficiais que são apresentados ao comprador perante o notário, para qualquer escritura pública”, indica a empresa num artigo preparado para o idealista/news, no qual aborda este tema.
“Não é fácil para um proprietário ter conhecimento da qualidade estrutural da sua propriedade. Este elemento não é mencionado em nenhum dos documentos oficiais que são apresentados ao comprador perante o notário, para qualquer escritura pública”
De acordo com o documento, a que o idealista/news teve acesso, “para conhecer a qualidade da estrutura, tendo em conta o quadro jurídico atual, a única abordagem consiste em estudar o projeto estrutural do edifício, com a ajuda de um técnico, para encontrar informações relevantes no documento, incluindo reforços estruturais, materiais especiais e tecnologias aplicadas para o reforço sísmico, etc”. “Estas informações não são fáceis de encontrar e interpretar e a autoridade portuguesa não obriga os construtores a tornarem estas informações transparentes e facilmente acessíveis ao público”, revela a LC.
Mudanças em projetos de reabilitação em 2019
No mesmo texto, a promotora imobiliária refere que só em 2019 é que o Governo “tornou obrigatório que os projetos de reabilitação incluíssem uma ‘análise estrutural’ do edifício existente, sobre se a estrutura do edifício é sólida e, se não for, que tipo de intervenções são necessárias”. “No entanto, esses estudos são normalmente efetuados sem considerar o reforço sísmico”, lamenta a empresa.
A LC vai mais longe nas críticas: “Existem fatores que impedem os promotores de investir em reforços estruturais, nomeadamente os custos não negligenciáveis das obras estruturais, que podem acrescentar 15% a 35% aos custos totais de construção, bem como o aumento considerável de tempo, que pode representar até 40% do período total de construção. Em comparação com as escolhas de cozinhas e casas de banho vistosas, que podem impressionar os compradores à primeira vista, as obras estruturais, que contribuem substancialmente para a qualidade de um edifício, quase sempre passam despercebidas”.
A promotora põe o dedo noutra ferida, considerando que “a confusão entre ‘reabilitação’ e ‘remodelação’ traz ainda mais incerteza ao tema”, tendo as obras de remodelação falta de acompanhamento técnico e de supervisão, o que contribui para o aumento dos riscos de danos sísmicos em edifícios antigos.
Projetos da Level Constellation “à prova” de sismos
No mesmo artigo, a LC assegura que todos os seus projetos de reabilitação, localizados em zonas nobres de Lisboa, têm vindo a adotar estruturas resistentes a sismos. “A LC tem como objetivo construir condomínios premium modernos que estejam preparados para melhor resistir aos sismos. Alguns destes projetos já se tornaram casos de estudo, sendo reconhecidos pela sua excelência nas soluções, e resultaram inevitavelmente em prémios e nomeações nacionais”, indica, dando alguns exemplos:
O Ouro Grand (arquiteto CAN RAN, engenheiro de estruturas A2P), na Rua do Ouro, que é um dos primeiros edifícios pombalinos a ser profundamente reabilitado para habitação na Baixa de Lisboa.
“Dada a complicação dos solos aluvionares/siltosos e dos elevados níveis freáticos, o projeto estrutural adotou um misto de técnicas de reforço com armaduras metálicas e projeção de betão. Um conjunto de micro-estacas de 25 metros de profundidade foi utilizado para suportar o edifício através do pântano sob a Baixa. Além disso, as fachadas históricas, lajes, pilares e vigas foram mantidos e reforçados para manter o aspeto original do edifício com 250 anos de história”, explica.
O Classica (arquiteto Frederico Valsassina, engenheiro estrutural A2P), na Avenida da República.
O Gloria (arquiteto Fragmentos, engenheiro estrutural Projectual), junto aos Restauradores/Avenida da Liberdade.
“Os dois projetos são perfeitas montras de obtenção do necessário equilíbrio entre a salvaguarda do património de edifícios históricos e a garantia de condições de habitabilidade, incluindo o reforço estrutural sísmico, através da harmonização de diversos materiais estruturais, incluindo a utilização e reabilitação de madeiras, estruturas metálicas ligeiras e, como tal, o respeito por materiais sustentáveis”, conclui a LC.
link: https://www.idealista.pt/news/imobiliario/construcao/2023/09/27/59578-sismos-a-importancia-de-reabilitar-casas-que-sejam-resistentes